Na contramão do transporte rodoviário, cabotagem cresce no Brasil

Na contramão do transporte rodoviário, cabotagem cresce no Brasil

Em um país extenso como o Brasil, a dependência de um único modal de transporte pode motivar sérios transtornos, como vimos no decorrer da greve dos caminhoneiros, que durante dias paralisou diversos setores e causou diversos prejuízos financeiros ao país. Assim modais de transporte alternativos começam a se destacar. A cabotagem, por exemplo, desde 2008 registrou crescimento anual médio de 10%. Porém com os acontecimentos do final do último semestre, a lista de setores empresariais que sondam o potencial do transporte marítimo entre portos nacionais não para de crescer, alavancando ainda mais a cabotagem, que expandiu cerca de 13% durante este período, de acordo com a Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem e Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima.

Para estimular o crescimento da cabotagem no Brasil, cerca de US$ 1 bilhão é investido anualmente na renovação da frota. Apesar de ser reconhecido como mais lento que o transporte rodoviário, fator que influencia na sua desvalorização, este modal possui diversos pontos positivos como o frete mais barato em diversos trajetos, taxa de emissão de CO2 que representa apenas um décimo da das rodovias e um terço da das ferrovias, além da eficiência energética.

São diversos os benefícios da cabotagem, mas o que realmente tem impulsionado esta alternativa de transporte é o tabelamento dos fretes rodoviários, condição que ampliou o custo logístico das empresas após a paralisação dos caminhoneiros. Com altos fretes, o transporte rodoviário se tornou menos competitivo e as organizações estão em busca de alternativas mais viáveis para reduzir os custos e a cabotagem, que já era usada em alguns casos, se torna financeiramente mais atrativa e viável em ocorrências de pouca urgência.

Em empresas de grande porte, a cabotagem já é utilizada como alternativa, mas nas pequenas e médias empresas, ela ainda é uma novidade em avaliação, que pode se consolidar com a divisão de contêineres por diversos negociadores. “Em um país como o Brasil, que as rodovias são supervalorizadas, os outros modais vão na contramão e surgem como alternativa em momentos como esse. Com a greve dos caminhoneiros, ficou evidente a importância do desenvolvimento de outras alternativas de transporte. No entanto, isso não significa a morte do transporte rodoviário, todos os modais têm a sua importância e valor na cadeia logística. O que deve ser feito é um planejamento adequado de qual etapa e casos cada um se torna a melhor opção, otimizando todo o processo”, explica a Asia Ship g, multinacional referência no transporte internacional de cargas.

Fonte: Exame

print