Os impactos do Porto de Santos na competitividade da indústria

Os impactos do Porto de Santos na competitividade da indústria

A Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) debateu no dia 30 de agosto (quinta-feira) em sua sede, na cidade de São Paulo, os impactos diretos do Porto de Santos na competitividade da Indústria, abordando os desafios, oportunidades e melhorias do complexo portuário santista e como os temas relacionados impactam a competitividade da Indústria.

O diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Alex Oliva, abordou estatísticas, operação e metas do Porto de Santos no painel “Dificuldades e entraves das operações no Porto de Santos”. O presidente enfatizou em sua apresentação, a necessidade de investimentos da ordem de R$ 5 bilhões na infraestrutura do complexo portuários santista, envolvendo vias de acesso rodoferroviárias e hidroviária, sistemas de gerenciamento de informações do tráfego de embarcações, o VTMIS, e Cadeia Logística Portuária Inteligente (Portolog), que sincroniza a chegada dos caminhões e das cargas nos terminais, bem como arrendamento de novos terminais.

“Esses investimentos têm que ser feitos pelos setores público e privado. Temos que trabalhar juntos e os empresários devem olhar o Porto de Santos como seu grande parceiro na cadeia logística”, afirma o presidente. Segundo o presidente, o tempo de cobranças se esgotou. “Estamos iniciando um novo momento de trabalho conjunto, onde cada um deve assumir sua responsabilidade para dar eficiência a essa ferramenta fundamental para o comércio exterior brasileiro que é o Porto de Santos”, destaca Oliva. Complementando, o presidente anunciou que o próximo passo será levar o produtor agrícola ao porto para conhecer como sua produção é operada. “A partir daí podemos trabalhar juntos para aprimorar esse processo, cada vez mais, e a multimodalidade é fundamental para isso”, explica.

O secretário Nacional de Portos do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Luiz Otávio Oliveira Campos, mencionou que o grande desafio no momento é abrir o capital das companhias docas. Segundo o secretário, isso aumentaria a agilidade, capacidade de gestão e de investimento nos portos.

O presidente em exercício da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, disse que o comércio exterior apresenta boas perspectivas para este ano, com projeções que apontam para um saldo de US$ 56 bilhões. “Isso trará uma repercussão direta na logística de transporte de cargas e os desafios para sermos competitivos serão enormes” explica.

Segundo o presidente da Fiesp, essa perspectiva de retomada do crescimento econômico e a sinalização do governo federal de impulsionar as obras de infraestrutura e logística, com participação do capital privado, poderá colocar novamente o país em um novo patamar. “A multimodalidade, uma logística eficiente e segurança jurídica combinadas com preços competitivos são fundamentais para o crescimento sustentável do setor”, afirma.

Roriz acrescentou que, além dos investimentos em infraestrutura, o bom funcionamento do setor requer planejamento, gestão e regulação eficientes. Segundo ele, a fragilidade desse tripé explica, muitas vezes, a situação difícil na qual se encontra parte do setor no momento. “Para enfrentarmos os maiores desafios impostos ao setor apoiamos, entre outros, o aprimoramento do planejamento do sistema regulatório, a implementação de procedimentos aduaneiros que facilitem o comércio internacional, a redução da burocracia, o desenvolvimento da carteira de projetos para portos, ferrovias, rodovias e aeroportos, a atração do capital privado para implantação de infraestrutura”, finaliza.

O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, disse que “ao falarmos da necessidade cada vez mais urgente de recuperação da nossa economia, geração de empregos, renda e retomada de crescimento, nada mais coerente do que se investir no maior porto da América Latina. Entretanto, é fundamental discutirmos questões como acessos e dragagem e avançar na descentralização de decisões”.

O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Mário Povia, chamou a atenção para a necessidade de fortalecer as autoridades portuárias. “As competências das companhias docas, a partir da promulgação da Lei 12.815/2013, foram centradas em Brasília. Foi importante naquele momento, mas elas devem, paulatinamente, retornar às administrações portuárias, que têm grandes desafios a enfrentar e que que são dificultados, ainda mais, pela centralização”, afirma Povia.

O evento contou, ainda, como outros quatro painéis que debateram os planos de ações e apoio ao investimento, infraestrutura e segurança no Porto de Santos, com visão na celeridade e excelência de sua operação; modelos e referências internacionais: eficiência operacional, no controle aduaneiro, proteção da fronteira e estatísticas de volumes dos Estados Unidos e da União Europeia; os planos e programas para modernização dos processos e simplificação das operações no Porto de Santos e os programas de melhorias dos acessos ao Porto de Santos.

O evento foi precedido de visita de comitiva da Fiesp ao Porto de Santos no último dia 22 de agosto, liderada pelo presidente em exercício, José Ricardo Roriz Coelho.

Fonte: Fator Brasil.

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