Marinha do Brasil negocia compra de corvetas até o fim do mês
Investimento é estimado entre US$ 1,6 bilhão e US$ 2 bilhões. Projeto resgata parcialmente programa mais amplo de renovação da frota
As negociações do contrato de aquisição de quatro novas corvetas para a Marinha, investimento estimado entre US$ 1,6 bilhão e US$ 2 bilhões, serão encerradas até o fim do mês. A entrega das ofertas dos quatro consórcios finalistas à encomenda encerrou nesta sexta-feira (8). O anúncio do ganhador deve ocorrer em até duas semanas.
Já houve dois adiamentos no processo. Segundo a Força, ambos em razão do “refinamento das propostas”. O projeto de construção dos navios da nova classe Tamandaré, de 2,7 mil toneladas, resgata parcialmente um programa mais amplo de renovação da frota. O pacote de 2010, prejudicado pela crise econômica, abrangia 11 unidades de diferentes tipos ao custo estimado de US$ 6 bilhões.
O programa das corvetas Tamandaré, que tomam como referência a mais antiga V-34 Barroso – lançada em 2008 -, é avançado. Tem grande carga digital, com sistemas e armamento de última geração
Segundo engenheiros navais, com pouco mais de cem metros e considerável poder de fogo, o navio “pode ser definido como uma minifragata, embora com restrições de autonomia e conforto”. Ainda assim, são os menores modelos de escolta e ataque entre todas as categorias navais.
A Marinha do Brasil tem planos de comprar até 12 embarcações no prazo longo. A primeira entrega está prevista para 2022; a última, para três anos depois, em 2025. Para concorrer, os grupos internacionais precisam se associar a empresas nacionais. O consórcio empresarial selecionado terá de fabricar as corvetas no País, garantindo transferência de tecnologia.
No Brasil, o setor naval atravessa uma profunda crise. Dos 40 complexos industriais existentes, apenas 12 se mantêm ativos. As demissões nos quadros de funcionários atingiram 50 mil vagas em 2018.
Fonte: A Tribuna.