Docas quer fornecer energia elétrica para navios atracados no Porto

Docas quer fornecer energia elétrica para navios atracados no Porto

Instalação de um parque eólico na área da Usina Hidrelétrica de Itatinga é uma das opções

Garantir o fornecimento de energia elétrica para embarcações atracadas no Porto de Santos é um dos planos da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade Portuária) para evitar emissões de poluentes no complexo marítimo. Uma das hipóteses, segundo o superintendente de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho da Codesp, Ivan Doutor, é a instalação de um parque eólico na área da Usina Hidrelétrica de Itatinga, que fica em Bertioga, e pertence à empresa. 

Em momentos de pico, o fornecimento de energia da usina chega a 95% do Porto. Na Margem Direita (Santos), o restante é fornecido pela CPFL, por meio de um sistema de compensação. As redes das duas empresas estão interligadas – quando um sistema cai, o outro entra em operação automaticamente. Na Margem Esquerda (Guarujá e Área Continental de Santos), as redes são segregadas e os terminais usam energia tanto de Itatinga quanto das concessionárias Elektro e CPFL.

“Nós temos planos de fornecer energia para os navios. Mas, para isso, é preciso aumentar a capacidade de produção da Usina de Itatinga, que, em média, fornece 75% da energia utilizada no Porto. Isso pode ser feito através de parcerias ou com a instalação de torres”, explica Doutor. 

Segundo o superintendente, a questão, que ainda está em fase inicial de estudos, é uma das metas da Autoridade Portuária. No entanto, enquanto ela não se torna realidade, a Docas concentra esforços em evitar a poluição marítima e atmosférica na região.

“O Porto de Santos cumpre as normativas relacionadas à geração de resíduos sólidos de embarcações. Eles são coletados e destinados ao Sítio das Neves (aterro sanitário que fica na Área Continental de Santos)”, comenta o executivo. 

Em relação à poluição atmosférica, a Codesp afirma que segue as normas da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). E acompanha a qualidade do ar na região portuária através de medidor instalado na Ponta da Praia. 

Já a operação portuária é fiscalizada pela estatal e pela companhia ambiental, responsável pelo licenciamento das instalações do cais santista. Em casos de poluição excessiva, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) autua as empresas infratoras. Mas Doutor adverte que há uma tolerância na emissão de partículas, de acordo com a carga que é movimentada pelos terminais. 

“Toda atividade gera, logicamente, impacto no meio ambiente, mas todo o processo é controlado e inspecionado”, afirma.

Ivan Doutor também destaca que o Brasil é signatário de um tratado que envolve 35 países e obriga todos a seguir as normas de troca e despejo de água de lastro. Nesse caso, a fiscalização fica a cargo da Marinha do Brasil.

Fonte: A Tribuna

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