Setor naval prevê retomada em 2019, aponta empresários
Durante três dias, a Marintec reuniu empresas nacionais e internacionais, entidades e empresários que acreditam que o mercado apresentará sinais de melhora já no próximo ano.
Mais de quatro mil visitantes, cerca de 90 apresentações, entre palestras, workshops e treinamentos, além de dezenas de profissionais qualificados em minicursos. Tudo gratuito e em um ambiente de muito networking, cercado pela expectativa de reaquecimento da indústria naval. Este foi o ambiente das feiras Marintec South America 2018/Man.U.Tec 2018, que terminaram no dia 16 de agosto (quinta-feira). No último dia de evento, o intenso trânsito de profissionais presentes no Centro de Exposições SulAmerica, no Rio de Janeiro, surpreendeu.
Com mais de 80 marcas brasileiras e internacionais presentes, o evento foi marcado pela efervescência que começa a transparecer das empresas do setor naval e industrial. Mesmo que incipiente, a retomada dos investimentos e dos negócios no universo naval é dado como certo já a partir do ano que vem. —Fomos surpreendidos por um clima de otimismo entre os empresários que participaram do evento, seja com expositores ou como visitantes. Há uma disposição nova entre de começar o quanto antes a reestrutar a dinâmica dos negócios. E, para nós, organizadores da Marintec/Man.U.Tec, é muito gratificante saber que colaboramos e participamos deste novo momento — comentou o diretor do portfólio de infraestrutura da UBM Brazil, Renan Joel.
O otimismo está baseado na perspectiva de retomada de encomendas por parte da Marinha do Brasil por novas embarcações.
—A frota da marinha brasileira é muito antiga, sendo evidente uma grande demanda. A possibilidade de tirar a indústria naval do marasmo pode vir com o recurso do Fundo da Marinha Mercante (FMM), que a partir da medida provisória permitirá a Marinha a contratar ainda este ano a construção de 24 novas embarcações — garante o vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), e presidente executivo da Associação Brasileira das Empresas de Construção Naval e Offshore (Abenav), Sérgio Hermes Martello Bacci. O executivo se refere a Medida Provisória (MP) que promete destinar parte dos recursos do FMM para a Marinha do Brasil aplicar na construção e manutenção da frota. O Fundo é utilizado para financiar atividades do setor naval, mas no caso específico da MP, haveria uma destinação de recursos para a Marinha sem a necessidade de restituição.
O gerente do departamento de Gás, Petróleo e Cadeia Produtiva do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luiz Marcelo Martins Almeida, tem também opinião positiva em relação ao mercado naval. Na palestra que ministrou no segundo dia do Congresso Marintec, Almeida afirmou que 2018 deve ser o último de crise para o setor naval brasileiro. Segundo ele, as empresas petroleiras vão retomar os investimentos em embarcações para fazer frente aos projetos adquiridos nos leilões do últimos anos e também porque estão mais fortalecidas financeiramente com a alta da cotação do petróleo. Almeida diz que, no futuro, com a retomada dos investimentos, “os demandantes podem apresentar garantias no lugar dos estaleiros”.
Edição 2019: a próxima edição Marintec South America/Man.U.Tec acontece de 13 a 15 de agosto de 2019, no Centro de Convenções SulAmérica, Rio de Janeiro (RJ). | www.marintecsa.com.br |
Fonte: Fator Brasil.