MSC Ajaccio faz história ao ser o navio de maior calado a operar no Porto de Santos
No passado dia 1 de Agosto, o porto brasileiro de Santos viveu um momento histórico, para mais tarde recordar: o navio MSC Ajaccio (com bandeira de Malta), operado pela companhia mediterrânica, atracou na Brasil Terminal Portuário (BTP), tornando-se assim o navio de maior calado a operar no porto santista, registando 14,45 metros.
De acordo com o portal de informação brasileiro ‘Portogente’, um projeto liderado pelo especialista logístico e portuário Bruno Merlin, a Praticagem de Santos atribuiu o feito à utilização do Redraft (sistema que mede o calado dinâmico) e aos dados obtidos em tempo real pelo Centro de Coordenação, Comunicação e Operações de Tráfego (C3OT) da instituição, adiantou, no dia 7, a publicação.
Mas, o que são o Redraft e o C3OT? O primeiro trata-se de um sistema avançado, um dos mais modernos do mundo, tendo recebido o prémio ‘Iniciativas Inovadoras’, atribuído pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Ele determina o calado máximo tendo em conta as condições ambientais de acordo com as principais regulamentações internacionais, garantindo assim eficiência e segurança à operação.
O Redraft transforma em dinâmicas as regras estáticas de definição de calado máximo seguro, permitindo melhor aproveitamento das janelas de marés e condições meteorológicas, explica a empresa Argonáutica Engineerig & Research. O sistema é produto de uma parceria entre a Argonáutica e o laboratório Tanque de Provas Numérico da Universidade de São Paulo – o software utiliza tecnologia nacional sendo customizado para cada terminal portuário e embarcações.
O C3OT permite ao operador obter dados relativos às configurações e características do navio (desde o calado ao comprimento e boca, entre várias outras informações) e dados climáticos, meteorológicos e oceanográficos. Assim, dá a conhecer a folga mínima entre o fundo da embarcação e o fundo do mar e em qual ponto da trajectória do navio pelo canal essa folga ocorrerá, como explica Bruno Merlin.
Recorde-se que o Porto de Santos, o mais proeminente complexo portuário do Brasil, está habituado a constantes atividades de dragagem, destinadas a aumentar a profundidade do seu canal de navegação.
Fonte: Revista Cargo