Palavra do Presidente do Porto do Rio de Janeiro em comemoração aos 110 anos do Porto
Porto do Rio de Janeiro completa 110 anos de muita história e comemora a data com ações de modernização da infraestrutura e saneamento.
Inaugurado em 20 de julho de 1910, o Porto do Rio de Janeiro faz parte da história da cidade maravilhosa e do nosso país, passando por importantes transformações ao longo do tempo. Hoje, aos 110 anos de existência, se prepara para o futuro com projetos de expansão e ações de melhorias na modernização da infraestrutura portuária e ações de saneamento, sempre visando se adequar aos novos padrões internacionais e às dimensões das embarcações, a fim de atender à demanda por maior capacidade de movimentação de mercadorias e passageiros, com eficiência e eficácia.
É importante, nesta data, relembrarmos a sua história.
Nosso porto, graças às excepcionais condições de navegabilidade naturais na Baía de Guanabara tornou-se a principal porta do comércio desde os seus primórdios. Foi devido a esta configuração geográfica que o Rio se tornou capital do Vice-reino em meados do século XVIII, e do próprio Reino, com a chegada da Família Real Portuguesa, no início do século XIX.
Inicialmente, além de servir de local de embarque e desembarque de passageiros, a parte central da cidade, delimitada pelos morros do Castelo (demolido posteriormente) e de São Bento, também recebia navios chegavam com mercadorias vindas da metrópole e de outros mercados europeus. Concomitantemente aportavam também, vindo das ilhas do fundo da Baía e das Minas Gerais, a cal, a madeira, e os gêneros alimentícios, todos transportados em pequenas embarcações até os trapiches da Prainha (atual Praça Mauá), que se tornou o principal local de desembarque, também do açúcar para exportação.
No início do século XIX, com a vinda da Família Real para o Brasil e a Abertura dos Portos às Nações Amigas, a atividade portuária atingiu seu ápice, mas foi na década de 1870 que surgiram os primeiros projetos para o desenvolvimento de um complexo portuário no Rio de Janeiro, que até então funcionava por meio de instalações dispersas, como os trapiches da Estrada de Ferro Central do Brasil, de São Cristóvão, da Ilha dos Ferreiros e da Praça Mauá, e os cais Dom Pedro II, da Saúde, do Moinho Inglês e da Gamboa.
Em 1890, dois decretos autorizaram a construção de cais acostáveis,armazéns e alpendres entre a Ilha das Cobras até a Ponta do Caju.Posteriormente em 1903, o governo federal contratou obras de melhoramentos no porto com para a construção de 3500 metros de cais, e assim foram implantados o Cais da Gamboa e sete armazéns, inaugurado oficialmente em 1910.
Nessa época o primeiro navio a atracar no Rio de Janeiro tinha a bandeira inglesa e trazia mercadorias de Lisboa. A administração do Porto estava a cargo da “Compagnie du Port do Rio de Janeiro”, que se estendeu até 1922.Posteriormente, entre os anos de 1923 e 1933, o nosso porto foi administrado pela Companhia Brasileira de Exploração de Portos.
Em 1936, a companhia era dirigida pela “Administração do Porto do Rio de Janeiro” subordinada ao Departamento Nacional de Portos e Navegação, do Ministério da Viação e Obras Públicas. Em 1973, o Decreto nº 72.439, criou a Companhia Docas da Guanabara, que a partir de 1975 passou a ser chamada de Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), como a conhecemos até hoje.
No ano de 1990, com a extinção da Portobras e da Companhia Brasileira de Dragagem, a CDRJ passou a administrar os seus portos diretamente, e com a Lei 8.630, Lei de Modernização dos Portos, estava aberto o atual modelo de negócio e exploração por meio do arrendamento às empresas Triunfo Logística, Libra Terminais (atual ICTSI Rio), MultiRio, MultiCar e Pier Mauá.
Isso mudou a cara do nosso porto. Em 2007, fomos certificados no ISPS-Code, Código Internacional de Segurança de Navios em Instalações Portuárias, implantado pela Organização Marítima Internacional (IMO), para tornar as instalações portuárias mais seguras. Já em 2009, as obras de dragagem do porto foram iniciadas na mesma ocasião em que a nossa cidade iniciava o projeto do Porto Maravilha, se propondo a revitalização da zona portuária.
No ano passado, tivemos grandes conquistas para a movimentação de cargas do porto, como a inauguração do novo Terminal de Trigo do Porto do Rio de Janeiro (TTRJ) e a retomada das operações para a Refinaria de Manguinhos (atual REFIT). Além disso, a Guarda Portuária ganhou uma nova estrutura, que elevou os níveis de segurança das instalações do porto, com a inauguração do moderno Centro de Comando e Controle de Segurança Portuária (CCCSP).
Nesse sentido, cabe lembrar que a CDRJ tem investindo em Tecnologia da Informação com o intuito de prover a transformação digital e elevar o padrão de eficiência das áreas técnicas e essa modernização está cada vez mais presente, e ao completar 110 anos de existência, temos muitas recentes conquista para comemorar, todas consideradas essenciais para aumentar a eficiência e a competitividade do porto.
Entre essas realizações, estão a inauguração do Centro de Controle Operacional (CCO), importante estrutura para os procedimentos de fiscalização e monitoramento, a habilitação no Programa Reporto, que possibilita a compra de equipamentos importados sem impostos federais para a implementação do Sistema de Gerenciamento do Tráfego de Embarcações (VMTIS), as melhorias no acesso aquaviário, com a nova sinalização náutica que vai permitir a navegação noturna no Canal de Cotunduba, e no acesso terrestre, com a informatização do controle de acesso de veículos e pessoas.
Todos esses objetivos cumpridos são frutos de um trabalho ininterrupto, que segue em pleno distanciamento social, que nos foi imposto pela pandemia.Entendo que isso só foi possível porque nossos profissionais são capazes e persistentes, não se deixando esmorecer, apesar da adversidade.
Como há 110 anos, o Porto do Rio passa por um novo processo de modernização, passando dos precários trapiches ao sofisticado porto com alta tecnologia mecanizada, grandes cargueiros e transatlânticos, se vê que muito já aconteceu, mas muito ainda está por vir.
As ações bem sucedidas do passado e as necessidades atuais servem de inspiração para progredir ainda mais, mantendo o nosso porto entre os principais do país, importantíssimo para o comércio exterior e o desenvolvimento do Brasil e da nossa cidade.
Parabéns a cada empregado da CDRJ e a todos os funcionários de empresas e órgãos anuentes que atuam dentro do porto!
Parabéns Porto do Rio de Janeiro!
Francisco Antonio de Magalhães Laranjeira
Diretor-Presidente
Fonte: CDRJ.